Juros altos permanecem como desafio para o mercado imobiliário em 2025.

06 de dezembro de 2024

A alta taxa básica de juros segue como um dos maiores entraves para o setor imobiliário no Brasil, destacaram empresários e especialistas durante o Summit Imobiliário 2024, realizado em São Paulo no dia 28 de novembro. O evento reuniu representantes do mercado para discutir os desafios que o segmento enfrentará em 2025.

Rubens Menin, presidente do conselho de administração da MRV e do Banco Inter, além de sócio controlador da CNN Brasil, demonstrou otimismo em relação ao futuro, mas reconheceu que o cenário atual é desfavorável. 

“O cenário perfeito seria um com juros civilizados. O setor não quer juros real de 0%, mas na casa de 2% a 3%. Se a inflação está na casa dos 4%, o ideal no momento seria estar em 7%. Isso já faria o mercado de capitais reagir e os mecanismos de financiamento funcionarem”, afirmou.

Atualmente, a taxa Selic está em 11,25% ao ano. Os juros elevados tornam os financiamentos mais caros e preocupam, especialmente, os segmentos de imóveis voltados para média e alta renda.

“A maior preocupação do setor é principalmente nos imóveis voltados para média e alta renda. A habitação social, como o Minha Casa, Minha Vida, não entra neste debate uma vez que possui o juros em uma taxa fixa”, explicou Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

Alternativas de financiamento ganham destaque

Inês Magalhães, vice-presidente de habitação da Caixa Econômica Federal, destacou que os fundos alternativos vêm ganhando espaço no mercado imobiliário devido à menor atratividade da poupança.

“Esse ano, o Minha Casa, Minha Vida está tendo um recorde histórico, passamos de R$ 100 milhões em recursos investidos. Apesar de ter um orçamento robusto, a poupança vem sendo pouco atraente para o financiamento, com menor captação, portanto procuramos fundos alternativos para compensar”, ressaltou.

Ela também pontuou que a alta taxa de juros contribui para essa mudança, tornando outros tipos de investimento mais vantajosos em relação à tradicional caderneta de poupança.

Mudanças nos meios de captação

Sandro Gamba, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), destacou a transformação no modelo de captação de recursos no setor imobiliário.

“O mercado tem sido suportado pela poupança e o FGTS nos últimos anos, e essa representatividade vem diminuindo. Por outro lado, outras formas de ‘fundings’ vêm assumindo esse lugar no crescimento do setor, o que é positivo”, afirmou.

No entanto, ele alertou que essa mudança também aumenta a influência das variações da Selic no crédito imobiliário.

“Essa mudança cria uma correlação maior com as variações na Selic, que irão interferir no crédito imobiliário”, concluiu Gamba.

Quer continuar atualizado sobre o mercado imobiliário? Então se inscreve na nossa Newsletter.

Vejo você lá.

Matéria: Papo Imobiliário

Fila de espera para financiamento da casa própria na Caixa chega a R$ 20 Bilhões

19 de novembro de 2024

A Caixa Econômica Federal enfrenta uma fila de espera de R$20 bilhões em contratos pré-aprovados para o financiamento da casa própria, mas apenas R$3 bilhões estão disponíveis para distribuir dessa fonte de recursos. Para garantir que os interessados possam manter as taxas de juros mais baixas do que as praticadas no mercado, o banco está estendendo o prazo de validade dos contratos pré-aprovados até fevereiro e março de 2025.

Em entrevista, Inês da Silva Magalhães, vice-presidente de Habitação da Caixa, explicou: “A Caixa estabeleceu novos limites de financiamento. Como medida de proteção às pessoas (que têm contratos pré-aprovados), está dando prazo de validade maior para concretizar seus contratos. Não queremos derrubar as operações em curso.”

Reclamações sobre atrasos nos contratos de financiamento com taxa de juros de 12% do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) têm sido frequentes no mercado. A Caixa já quase esgotou a meta de contratações de R$70 bilhões desse recurso para o ano de 2024.

Mudanças nas Regras de Financiamento Imobiliário

A partir de novembro, a Caixa endureceu as regras de financiamento devido à alta demanda no mercado imobiliário e ao volume crescente de saques da poupança. A partir dessa alteração, o banco só financiará imóveis de até R$1,5 milhão através dos recursos do SBPE. Além disso, o valor de entrada exigido do comprador aumentou, e o financiamento será limitado a 70% do valor do imóvel pelo Sistema de Amortização Constante (SAC), contra 80% anteriormente. Já pelo Sistema Price, o banco financiará apenas 50% do valor do imóvel, contra 70% anteriormente. Outra medida importante é que agora o cliente poderá ter no máximo um financiamento ativo no banco público.

Essas mudanças foram anunciadas em outubro, com o objetivo de controlar a crescente demanda por imóveis no Brasil e a pressão sobre a poupança. Inês da Silva Magalhães também comentou que os R$20 bilhões em contratos pré-aprovados não garantem necessariamente a concretização dos financiamentos, já que é necessário avaliar a compatibilidade do imóvel com a garantia.

Buscando Alternativas de Financiamento

O vice-presidente de finanças da Caixa, Marcos Brasiliano Rosa, afirmou que existe uma percepção de que a Caixa deve encontrar soluções para esse problema, dado seu papel dominante no financiamento imobiliário, com quase 70% de participação no setor. Ele ressaltou que outros bancos enfrentam dificuldades semelhantes devido à limitação dos recursos da poupança.

Apesar da crise de funding, o banco vem apresentando resultados positivos. O saldo de poupança da Caixa cresceu 8,1% no último trimestre, totalizando R$381 bilhões, e o banco registrou um crescimento de 18% em captação de recursos no último ano, alcançando R$ 1,6 trilhão.

Para enfrentar essa escassez de recursos, a Caixa continua em busca de alternativas de captação. Uma das opções em discussão é a redução do depósito compulsório, que é a parte dos recursos que os bancos precisam recolher ao Banco Central. A Caixa defende uma redução de 5%, que, segundo a instituição, não teria impacto na inflação e traria efeitos imediatos. No entanto, essa medida depende da aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Além disso, o banco está avaliando a criação de papéis incentivados para atrair investidores institucionais, como fundos de pensão, para o financiamento habitacional.

Como ressaltou Inês da Silva Magalhães, “Não tem bala de prata. O SBPE e o FGTS são duas fontes de financiamento importantes, mas dão sinais de esgotamento. Mas temos que buscar outras alternativas para diversificar o funding.

Quer continuar atualizado sobre o mercado imobiliário? Então se inscreve na nossa Newsletter.

Vejo você lá.

Matéria: Papo Imobiliário

Notícias que movimentaram o mercado imobiliário na última semana!

29 de outubro de 2024

O peso do aluguel: Brasil tem mais de 6 milhões de domicílios em déficit habitacional

O Brasil tem 6,2 milhões de domicílios em déficit habitacional, de acordo com um estudo da FJP, em parceria com a Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades. O número representa 8,3% do total de habitações ocupadas no país e simboliza um aumento de 4,2% em comparação a 2019. As residências rotuladas no déficit habitacional são aquelas com um certo nível de precariedade, lares em que há coabitação ou casas em que os moradores recebem até 3 salários e despendem mais de 30% da renda com aluguel.

Este último item é, aliás, o principal responsável pelo déficit no Brasil. Segundo o levantamento, 52,2% dos imóveis (3,2 milhões) classificados em déficit habitacional são por conta do ônus excessivo com o aluguel. Enquanto isso, a habitação precária é responsável por 27,1% (1,6 mi) e a coabitação possui os outros 20,8% (1,2 mi).

STJ decide que ITBI deve ser calculado com base no valor de compra dos imóveis

O STJ decidiu que o ITBI deve ser calculado com base no valor da compra do imóvel, não no valor do IPTU como geralmente é feito pelas prefeituras. Sendo assim, a Corte Superior estabeleceu a seguinte entendimento sobre o tema: A base de cálculo correto para o recolhimento do tributo consiste no valor da transação do imóvel adquirido, e não o valor do IPTU como corriqueiramente utilizado pelo município. Se você adquiriu uma residência, um estabelecimento comercial ou uma propriedade rural nos últimos cinco anos, pode ter direito a recuperar o dinheiro adicional que desembolsou no ITBI.

Financiamento imobiliário cai 17% no primeiro trimestre

Os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram R$ 12,9 bilhões em março de 2023, uma queda de 23,3% na comparação com fevereiro. Na comparação com março do ano passado, houve queda de 26,1%. No primeiro trimestre de 2024, o volume financiado foi de R$ 33 bilhões, com retração de 17,3% em relação a igual período de 2023. Os dados foram divulgados pela Abecip nesta quinta-feira, 25.

Quer continuar atualizado sobre o mercado imobiliário? Então se inscreve na nossa Newsletter.

Vejo você lá.

Matéria: Blog O incorporador edição 187